Uma carta aberta - Dia do Dentista

Uma carta aberta aos dentistas, aos futuros colegas e aos nossos pacientes.

Mais uma consulta com o dentista. Mais uma cárie e mais um tratamento para realizar.

Era esse o pensamento da minha mãe, toda vez que estava na hora de me levar até o consultório odontológico para minhas consultas de rotina.

Eu devia ter uns 3 ou 4 aninhos de idade e já precisava realizar tratamentos odontológicos. Apesar dos problemas, sempre tive uma boa relação com o dentista. Me sentia cuidada e não tive traumas ou medos.

Tudo isso contribuiu para minha escolha profissional: “vou ser dentista” eu dizia à minha mãe desde criança.

Mas chegando na faculdade de odontologia uma surpresa: me apaixonei pela odontopediatria. Pois é, logo eu que nem imaginava trabalhar com crianças.

E foi na primeira aula de odontologia para bebês que me emocionei e meus olhos se encheram de lágrimas. Alguma coisa ali mexeu comigo.

Hoje, 20 anos depois, reconheço que a criança Renatinha que morava dentro de mim pensou naquela época: era essa a odontologia que eu desejava ter recebido. A prevenção e os cuidados precoces que eu tanto precisava eu vou poder dar a outras crianças.

E durante a faculdade descobri que a minha história poderia ter sido diferente: cárie na primeira infância, perda dentária precoce, um tratamento ortodôntico inacabado e sequelas na minha saude bucal e autoestima.

O tempo passou e a Renatinha continua apaixonada pela odontologia. Foi uma trajetória e tanto. Mas sabe de uma coisa?

O brilho no olho continua. Novos projetos estão chegando e a certeza de que são muitos caminhos na nossa profissão e que o aprendizado é contínuo.

Renatinha, eu sei dos teus medos, mas persiste e aceita as mudanças que virão. O amor continua e pode sim se transformar. Tu continua amando odontologia, o teu trabalho, os pacientes.

 

Um beijo com carinho a todos os dentistas.

Renata Ferro.