Suicídio infantil
Informativo
30 de Setembro de 2021
Suicídio infantil:
Eu sei, o assunto é chocante!! Mas vamos conversar a respeito?
Os números são crescentes. Houve um aumento de 40% na taxa de suicídio entre crianças e adolescentes (10 a 14 anos) e de 33% na faixa etária de 15 a 19 anos (dados OMS).
Vamos ficar atentos as nossas crianças e adolescentes:
Eles sinalizam!!!
Os sinais podem aparecer a partir dos 5 anos, quando a criança passa a fase de socialização e pertencimento.
Esses resultados são inquietantes:
- O que faz uma criança ou adolescente pensar em acabar com a própria vida?
Seguramente, cada caso é um, e motivos diferentes podem ser apontados.
Fatores de risco para o suicídio entre crianças e adolescentes:
- Questões relacionadas à instabilidade familiar, como violência de qualquer tipo;
- Histórias de suicídio na família;
- Abuso sexual e cuidados insuficientes ou autoridade excessiva por parte dos adultos responsáveis;
- Transtornos psiquiátricos, alimentares e dificuldades sociais;
- Situações de bullying na escola;
- Questões relacionadas a inconformidade com os atributos de gênero;
- Não aceitação social.
O funcionamento do nosso cérebro, nossas emoções, sentimentos e necessidades, formam a complexidade que é o ser humano e quanto menor a criança maior a dificuldade em entender o que acontece com ela, pois o cérebro da criança é muito primitivo. A medida que vai crescendo e com a ajuda dos adultos vai adquirindo habilidades para lidar com as próprias emoções, dores e frustrações. Já o adolescente vive um turbilhão de emoções e necessita nomear os sentimentos, dominar a intensidade emocional, pois para ele "tudo" é urgente! Caso este adolescente não tenha tido uma figura significativa que o tenha auxiliado a lidar com a frustração, ele que faz parte da geração do imediatismo diante de uma situação complicada, se vê sem saída e a morte aparece como uma solução.
É ESSENCIAL CONVERSARMOS SOBRE O ASSUNTO E ENCARARMOS ESSA REALIDADE!!!
O sofrimento psíquico é tão grande e devastador que ele precisa "matar" aquela dor. Mas ao tentar o suicídio ele torna permanente uma situação temporária. Pois os problemas são situações temporárias. É necessário estar atento às crianças e aos adolescentes!
ATENÇÃO!!
Observar mudanças bruscas de comportamento, conversar com eles sobre os jogos que costumam jogar, programas, desenhos e séries que assistem, pois recebem sem filtro da internet. Nossas crianças estão vulneráveis às redes sociais. Conversar com ele sobre o que ele está pensando e entendendo do que está assistindo. Ajudar a refletir e questionar. Fazer está comunicação da emoção com o córtex frontal da razão.
Estar aberto ao diálogo, construir uma rede saudável. Ir à escola, conversar com o professor, saber se ele socializa, se tem amigos, se está muito introspectivo. Enfim saber como está essa criança ou este adolescente na interação escolar.
Procurar dentro do possível, fazer programas em família e reservar ao menos um horário do dia para uma refeição compartilhada. É na hora de deitar, que as coisas vem a tona, aproveitar para conversar, porque na correria do dia a dia, muitas vezes questionamos os nossos filhos, mas mal temos tempo de ouvir a resposta. E ali, na hora que tudo para, que já cessou o ritmo do dia, a criança está mais suscetível a falar o que está sentindo e nós pais estamos mais inteiros para acolher as demandas da criança.
Ana Margarete Pimentel Ifarraguirre .
Psicóloga - atendimento infantil
CRP 09804
(53) 99987-1370